Zero Trust em ambientes OT

Descubra como a abordagem Zero Trust garante a proteção rigorosa para sistemas críticos e reduz os riscos de ameaças avançadas.

07/11/2024 Aprox. 10min.
Zero Trust em ambientes OT

À medida que o cenário da cibersegurança evolui, as organizações enfrentam um aumento significativo nas ameaças direcionadas, especialmente em ambientes de Tecnologia Operacional (OT).

Nesse contexto, o modelo de segurança Zero Trust emerge como uma abordagem inovadora e eficaz para proteger sistemas críticos contra acessos não autorizados e ataques cibernéticos.

Diferente dos paradigmas tradicionais de segurança, que muitas vezes confiam em perímetros de rede, o Zero Trust desafia essa suposição ao exigir verificações rigorosas para cada tentativa de acesso, independentemente da localização do usuário.

Este artigo explora a aplicação do Zero Trust em ambientes OT, discutindo sua definição, importância, métodos de implementação, como avaliação de riscos e segmentação de rede, e destacando as melhores práticas para fortalecer a segurança em operações industriais.

Importância do Zero Trust em ambientes OT

Recentemente, falamos sobre como funciona a abordagem Zero Trust. E, como sabemos, a digitalização e a interconexão crescente entre dispositivos e sistemas aumentam a superfície de ataque das organizações. Em ambientes industriais, uma única falha de segurança pode levar a paradas de produção, danos a equipamentos e até riscos à segurança física. Assim, a implementação de um modelo Zero Trust se torna uma prioridade estratégica.

A metodologia Zero Trust protege infraestruturas críticas ao garantir que cada tentativa de acesso seja autenticada e autorizada, independentemente de sua origem.

Em vez de confiar em firewalls, a segurança é reforçada através de múltiplas camadas de verificação. Isso é relevante para sistemas OT, onde a integridade dos dados e a operação contínua são essenciais. Ao adotar essa abordagem, as organizações podem prevenir ataques cibernéticos que visam explorar vulnerabilidades em sistemas de controle industrial.

A seguir, citaremos alguns dos pilares que regem a política Zero Trust e como cada um deles contribui para a segurança de seus negócios.

Avaliação de riscos de segurança

Realizar uma avaliação de riscos eficaz é um passo muito importante na implementação de um modelo Zero Trust em ambientes OT. Essa avaliação permite que as organizações identifiquem vulnerabilidades específicas que podem ser exploradas por atacantes.

Ao mapear os ativos críticos, identificar potenciais ameaças e entender as consequências de possíveis incidentes, as empresas podem desenvolver estratégias de mitigação adequadas.

Uma avaliação abrangente deve incluir a análise de fatores como a criticidade dos sistemas, o potencial impacto de um ataque e as lacunas existentes nas medidas de segurança atuais. Além disso, é essencial considerar o comportamento dos usuários e a configuração dos dispositivos. A combinação desses elementos oferece uma visão clara dos riscos enfrentados pela organização e fornece dados valiosos para a tomada de decisões informadas.

A partir das conclusões da avaliação de riscos, as empresas podem priorizar a implementação de controles de segurança que sejam mais relevantes para seu ambiente. Isso inclui a adoção de tecnologias como sistemas de monitoramento de rede, que podem detectar atividades incomuns e responder rapidamente a potenciais ameaças. 

A importância de segmentar redes na abordagem Zero Trust

A segmentação de rede é uma estratégia fundamental dentro do modelo Zero Trust. Este conceito envolve a criação de zonas de segurança dentro da rede, onde diferentes sistemas e dispositivos são agrupados de acordo com seu nível de sensibilidade e criticidade. Com a segmentação, as organizações podem restringir o acesso entre essas zonas, limitando a exposição a potenciais ataques.

Ao segmentar a rede, as empresas podem aplicar políticas de segurança mais rigorosas e específicas para cada grupo de dispositivos. Isso significa que, mesmo que um invasor consiga acessar uma parte da rede, o impacto de um ataque pode ser contido, evitando que ele se espalhe para sistemas críticos. Essa estratégia é vital em ambientes industriais, onde a integridade e a disponibilidade dos sistemas são essenciais para a operação contínua.

A segmentação também facilita o monitoramento e a resposta a incidentes, permitindo que as equipes de segurança detectem rapidamente comportamentos anômalos e tomem medidas corretivas. 

Monitoramento contínuo é chave

O monitoramento contínuo é um componente essencial da estratégia Zero Trust, especialmente em ambientes OT, onde a detecção precoce de atividades suspeitas pode evitar danos significativos.

Em vez de depender de soluções de segurança reativas, as organizações devem implementar sistemas que forneçam visibilidade em tempo real sobre todas as operações e interações dentro da rede. Isso permite que as equipes de segurança identifiquem rapidamente padrões anômalos que possam indicar uma tentativa de ataque.

Além disso, o monitoramento contínuo facilita a análise de comportamentos de usuários e dispositivos, permitindo que as organizações ajustem suas políticas de segurança conforme necessário. Com a utilização de tecnologias avançadas, é possível identificar ameaças que podem não ser detectadas por métodos tradicionais. 

Outro aspecto importante do monitoramento contínuo é a capacidade de realizar auditorias regulares. Essas auditorias não apenas garantem que os controles de segurança estejam funcionando como deveriam, mas também ajudam a identificar áreas de melhoria. Ao integrar o monitoramento contínuo com um ciclo de feedback, as empresas podem evoluir suas práticas de segurança em resposta às novas ameaças e vulnerabilidades.

Políticas de acesso baseadas em contexto

A implementação de políticas de acesso baseadas em contexto é uma prática inovadora que complementa a abordagem Zero Trust. Essas políticas consideram uma variedade de fatores antes de conceder acesso a sistemas críticos, incluindo a localização do usuário, a hora do acesso e o dispositivo utilizado. Isso garante que as permissões sejam adaptadas a cada situação, minimizando os riscos de acesso não autorizado.

Por exemplo, se um funcionário tenta acessar um sistema crítico fora do horário habitual ou de um dispositivo desconhecido, as políticas de acesso baseadas em contexto podem gerar alertas ou até mesmo bloquear a tentativa de acesso até que uma verificação adicional seja realizada. Essa abordagem não apenas fortalece a segurança, mas também melhora a conformidade com regulamentos que exigem um controle rigoroso de acesso a dados sensíveis.

Além disso, a implementação de políticas de acesso contextuais permite que as organizações gerenciem melhor suas operações, garantindo que apenas os usuários apropriados tenham acesso aos recursos certos, no momento certo. Isso resulta em um ambiente operacional mais seguro e eficiente, onde a segurança não é apenas uma questão de tecnologia, mas também de processos e governança.

Enfim, em um mundo onde as ameaças cibernéticas são cada vez mais sofisticadas, a adoção de um modelo de segurança Zero Trust em ambientes de Tecnologia Operacional não é apenas desejável, mas essencial.

A implementação de políticas rigorosas de autenticação e autorização, juntamente com práticas de monitoramento contínuo e segmentação de rede, proporciona uma defesa robusta contra ataques que podem comprometer a integridade e a continuidade das operações. 

Ao investir na abordagem Zero Trust, as empresas estão se preparando para enfrentar os desafios da cibersegurança, garantindo a proteção de suas infraestruturas críticas e, consequentemente, o sucesso de suas operações no futuro. Fale conosco e saiba mais sobre a implementação dessa estratégia de segurança.

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Carlos

Carlos

CTO

Engenheiro Eletricista e Mestre em Desenvolvimento de Tecnologias, Especialista em Cybersecurity, com atuação no desenvolvimento de projetos de instalações elétricas e automação predial, segurança eletrônica, eficiência energética e conservação de energia na área predial. Desenvolvimento de sistemas de supervisão e controle predial e residencial (BMS).


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