A evolução dos ataques de ransomware: como as táticas estão mudando e como se proteger

Quais os impactos dos ataques de ransomware? Quais são as soluções ideais para prevenção contra esses ataques? Veja em nosso artigo.

24/10/2024 Aprox. 12min.
A evolução dos ataques de ransomware: como as táticas estão mudando e como se proteger

Nos últimos anos, o cenário de ataques de ransomware tem se intensificado, e as táticas utilizadas pelos cibercriminosos estão se tornando cada vez mais sofisticadas.

De acordo com o Relatório de Segurança Cibernética da Kaspersky (2024), o Brasil registrou mais de 487 mil ataques de ransomware entre junho de 2023 e julho de 2024, destacando-se como o país mais visado na América Latina, apesar de uma queda de 26% em relação ao ano anterior.

Globalmente, empresas de todos os setores enfrentam uma ameaça crescente, com ataques cada vez mais direcionados e complexos, que têm como alvo vulnerabilidades específicas e sistemas de segurança desatualizados.

Isso reflete a evolução das técnicas empregadas pelos criminosos, que agora contam com novas ferramentas para maximizar os danos. O ransomware não é mais apenas uma questão de "sequestro" de dados, mas sim de toda uma infraestrutura de extorsão, que muitas vezes envolve o roubo de dados sensíveis e sua exposição pública. Portanto, as empresas precisam urgentemente adaptar suas estratégias de defesa cibernética. 

Evolução dos ataques de ransomware

Nos primeiros estágios dos ataques de ransomware, a tática era simples: os criminosos sequestravam dados e exigiam um resgate para restaurá-los. No entanto, essa técnica evoluiu com o tempo para o "ransomware duplo", onde os atacantes não apenas criptografam os dados, mas também os exfiltram. Com essa abordagem, eles ameaçam vazar informações sensíveis se o pagamento não for feito.

Segundo o Relatório de Segurança da Sophos de 2023, essa tática mais agressiva tem pressionado empresas a pagar, temendo os danos reputacionais e legais de uma violação de dados pública. O "ransomware duplo" representa uma ameaça severa, já que a perda de dados pode ser irreversível e a exposição pública pode prejudicar a confiança dos clientes e parceiros.

Ataques com Engenharia Social e phishing:

O aumento do uso de técnicas de engenharia social, como o phishing, também tem sido uma característica dominante nos ataques de ransomware. Um relatório da Verizon Data Breach Investigations Report (DBIR) revela que aproximadamente 36% das violações de dados envolvem phishing, sendo uma das principais portas de entrada para ataques de ransomware.

As vítimas geralmente são levadas a abrir anexos maliciosos ou clicar em links fraudulentos, comprometendo a segurança de seus dispositivos e permitindo a instalação do ransomware.

Uso de Ransomware-as-a-Service (RaaS):

Outro avanço significativo no cenário de ransomware é o uso do Ransomware-as-a-Service (RaaS). Esta modalidade permite que criminosos cibernéticos menos experientes aluguem ferramentas e serviços de ransomware de operadores mais avançados. Esse modelo de negócio cria uma economia ilícita robusta, democratizando o acesso ao cibercrime.

O Relatório de Ameaças da CrowdStrike identificou um aumento nos ataques de ransomware realizados por grupos que utilizam o RaaS, tornando-o um dos principais motores para o crescimento exponencial desse tipo de ataque. O RaaS facilita o trabalho em rede entre criminosos, ampliando a frequência e a sofisticação dos ataques.

Essas mudanças nas táticas de ransomware exigem que as empresas adaptem suas defesas constantemente, pois as ameaças se tornam mais sofisticadas e persistentes.

Setores mais afetados e impactos econômicos

Nos últimos anos, certos setores têm se tornado alvos prioritários para ataques de ransomware, com destaque para saúde, educação, e infraestrutura crítica. Esses setores são particularmente atraentes para criminosos devido à natureza dos dados que manipulam e à urgência de manter a continuidade de suas operações.

Na área de saúde, por exemplo, a interrupção dos sistemas pode literalmente colocar vidas em risco, o que faz com que as organizações sejam mais propensas a pagar resgates rapidamente para restaurar o acesso aos seus sistemas. O mesmo ocorre com a educação, onde a perda de dados ou a interrupção de operações pode causar prejuízos significativos ao andamento acadêmico.

Além de serem setores críticos, muitos deles, como as infraestruturas essenciais (energia, água, transporte), também lidam com sistemas legados que frequentemente apresentam vulnerabilidades conhecidas. Isso cria uma oportunidade para os atacantes, que exploram brechas em sistemas desatualizados e com medidas de segurança inadequadas.

Além disso, o impacto econômico dos ataques de ransomware vai muito além dos custos de pagamento de resgates. As empresas enfrentam custos massivos de paralisações operacionais, já que ficam dias ou até semanas sem acesso aos sistemas essenciais, além de precisarem alocar recursos para a recuperação de sistemas e reforço de segurança.

Danos à reputação também são uma consequência inevitável, pois o vazamento de dados sensíveis ou a simples notícia de um ataque pode levar à perda de clientes e à erosão da confiança no mercado. Para muitas empresas, os custos associados à recuperação de um ataque de ransomware ultrapassam em muito o valor do resgate solicitado, especialmente se considerarmos as multas regulatórias e a perda de oportunidades de negócios durante o tempo de inatividade.

Perfil das vítimas e o papel do fator humano

Nos últimos anos, o perfil das vítimas de ataques de ransomware passou por uma transformação significativa. Antes, as grandes corporações e organizações governamentais eram os principais alvos devido ao grande volume de dados sensíveis e ao impacto financeiro dos resgates.

Entretanto, com o aumento da sofisticação das táticas dos cibercriminosos e a percepção de que muitas pequenas e médias empresas (PMEs) possuem defesas mais fracas, essas organizações se tornaram alvos preferenciais. Os cibercriminosos enxergam as PMEs como uma "presa fácil", pois muitas delas não investem o suficiente em cibersegurança, seja por falta de recursos ou conhecimento.

O fator humano também desempenha um papel crucial como porta de entrada para esses ataques. A falta de treinamento adequado, tanto em medidas de segurança digital quanto em melhores práticas de uso de tecnologia, coloca os colaboradores em risco de serem explorados pelos cibercriminosos. Muitas vezes, um simples erro, como clicar em um link de phishing, baixar um arquivo malicioso ou não atualizar regularmente o software de segurança, pode ser suficiente para permitir a entrada de ransomware nos sistemas corporativos.

Soluções para a prevenção contra ransomware

Diante dessas ameaças emergentes, empresas precisam fortalecer suas defesas de maneira proativa. Algumas soluções adequadas incluem:

  • Pentera – Simulações de ataques automatizadas: A Pentera permite que as empresas executem testes de penetração contínuos e automatizados, identificando vulnerabilidades que poderiam ser exploradas em um ataque de ransomware. Com esses testes, a equipe de segurança pode corrigir brechas e fortalecer pontos críticos antes que sejam explorados por atacantes reais.
  • Deceptive Bytes – proteção ativa de endpoints: Deceptive Bytes utiliza tecnologias de engano para criar um ambiente hostil para os cibercriminosos, manipulando o comportamento de malwares e impedindo que eles consigam se instalar ou propagar. Isso é particularmente eficaz na prevenção de ransomwares que tentam explorar endpoints vulneráveis.
  • Cyrebro – Centro de Operações de Segurança (SOC) Centralizado: Com a plataforma Cyrebro, as empresas têm uma visão centralizada de todos os eventos de segurança, o que facilita a detecção precoce de ataques e a resposta rápida a incidentes. A ferramenta também analisa padrões de comportamento suspeito, ajudando a identificar ataques de ransomware antes que se espalhem pela rede.
  • Ironscales – Proteção contra phishing: Como muitos ataques de ransomware começam com e-mails de phishing, a Ironscales atua na linha de frente para detectar e bloquear tentativas de phishing em tempo real. Com a combinação de inteligência artificial e aprendizado coletivo, a plataforma ajuda a prevenir que os usuários sejam enganados por e-mails maliciosos que podem servir de porta de entrada para ransomware.
  • Solvo – Segurança para ambientes de nuvem: Solvo garante que ambientes de nuvem estejam adequadamente configurados e seguros, prevenindo que erros de configuração se tornem portas de entrada para ransomware. A ferramenta monitora continuamente permissões e políticas de segurança na nuvem, reduzindo os riscos de ataques.

Com a crescente sofisticação dos ataques de ransomware, é evidente que as empresas precisam estar preparadas para enfrentar esses desafios de forma proativa. Não basta reagir a incidentes quando eles ocorrem; é necessário adotar uma postura de segurança cibernética preventiva, fortalecendo defesas antes que os ataques comprometam operações críticas.

A adoção dessas soluções, aliada a uma estratégia robusta de treinamento e conscientização dos colaboradores, é essencial para mitigar os riscos do ransomware e proteger os ativos da organização.

Portanto, diante da crescente sofisticação dos ataques de ransomware, é crucial que as empresas contem com parceiros especializados para fortalecer suas defesas. A IB Cyber Security está pronta para ajudar sua organização a enfrentar esses desafios com soluções avançadas que proporcionam validação contínua da segurança e proteção.

Leia também:
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Explorando as 6 camadas da segurança cibernética: soluções adequadas para cada desafio

Carlos

Carlos

CTO

Engenheiro Eletricista e Mestre em Desenvolvimento de Tecnologias, Especialista em Cybersecurity, com atuação no desenvolvimento de projetos de instalações elétricas e automação predial, segurança eletrônica, eficiência energética e conservação de energia na área predial. Desenvolvimento de sistemas de supervisão e controle predial e residencial (BMS).


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